A moça que sorria


Ela andou mais uma vez pela mesma rua na mesma hora, cumprimentou a senhora sentada na varanda que fazia um trico que nunca acabava, como sempre fazia, a varanda que em outra época se enchia de sons alegres, agora dela só ouvia o som solitário das agulhas se movendo. Ela sorriu para as crianças que brincavam no parque, enquanto esperavam o almoço. Sob o sol do meio-dia, jogou fora o cigarro na mesma cesta em que jogava todos os dias, ela olhou para o céu e pensou “Que lindo dia!!!!”, não importava a cor do céu, se era azul ou cinza, para ela, ele sempre estava lindo. Ajudou a senhora atravessar a Avenida movimentada, apreciou o carro azul estacionado no mesmo lugar enquanto ouvia o agradecimento da senhora que era sempre diferente, andou até o final da pequena rua sem saída como sempre fazia, ela entrou na casa velha de porta vermelha, enquanto o sino da igreja badalava uma vez, ela sorriu como sempre fazia pela ultima vez.
Um estrondo de barulho seco se espalhou por aquela rua sem saída pela primeira vez, algo que ninguem ouvira por ali.

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